26.ABR.15 | O longa metragem “La Patota”, do diretor argentino Santiago Mitri, venceu o prêmio do júri atribuído durante a Semana da Crítica do Festival de Cannes, uma das mostras paralelas do Festival, que tem por objetivo a descoberta de novos talentos. Em parceria, assinam a montagem do filme a associada da edt., Joana Collier, e os argentinos Delfina Castagnino e Leandro Aste, da SAE (Sociedad Argentina de Editores Audiovisuales).
“La Patota” conta a história de Paulina, uma advogada de 28 anos que decide abandonar uma bem sucedida carreira, para trabalhar como professora numa região pobre da Argentina. O filme é uma coprodução entre Argentina, Brasil e França.
O site da SAE publicou o comentário do montador Leandro Aste sobre o trabalho colaborativo dos três montadores de “La Patota”:
“Este es el primer largometraje que he editado en colaboración. Ha sido una experiencia tan enriquecedora en lo personal como provechosa para el resultado final de la película. Primero tomó las riendas Delfina Castagnino, realizando un trabajo excepcional y del cual no tengo más que admiración. Llegó luego mi turno de tomar la posta y continuar el trabajo para acercar aún más la película a lo que buscaba el director, Santiago Mitre, alguien de una meticulosidad extrema y una claridad narrativa envidiable. Por último, Joana Collier (EDT), con nuevos ojos, terminó con los últimos toques de darle el ritmo y forma final que tiene la película.”
A montadora Joana Collier falou à edt. sobre sua participação no corte final do filme:
Com o filme de ficção argentino, “La Patota” de Santiago Mitre, vivi uma experiência completamente nova. Eu já tinha assistido seu primeiro longa “El Estudiante”, 6 meses antes nos cinemas e ficado impressionada com o vigor do trabalho de direção e montagem. E só muito tempo depois, soube que Walter Salles estava co-produzindo o segundo longa dele. Foi aí que surgiu a proposta para que Santiago viesse ao Brasil e trabalhássemos juntos. Segundo Walter, o filme ainda estava com questões na montagem e talvez um olhar novo pudesse ajudar.
Assim, numa segunda-feira, após ter assistido 2 versões anteriores da montagem e com um caderno repleto de ideias, chego na Videofilmes para encontrar pela primeira vez Santiago. 6 horas de conversa mais tarde, proponho passar dois dias trabalhando sozinha para que ele visualizasse melhor as minhas propostas e pudesse criar uma certa distância da montagem. Entre as minhas impressões, eu achava que começando depois certas sequências e adiantando o fechamento de outras, o filme ganharia mais ritmo e contundência. Sentia que a personagem principal precisava ser ainda trabalhada num ponto de virada específico da narrativa. Mas a minha principal contribuição ao filme foi deslocar a função dramática de uma sequência de diálogo da personagem Paulina, que tinha sido criada no roteiro, como fio condutor da narrativa, para tornar o filme ainda mais sensorial e misterioso. E para a minha satisfação, Santiago acolheu com interesse a maior parte das minhas sugestões. Foram dias muito enriquecedores em que, pela primeira vez, trabalhei com um diretor mais novo que eu, e ao mesmo tempo, com um pensamento cinematográfico tão maduro. O filme estreou em Cannes na Semana da Crítica, ganhou o prêmio de melhor filme, e eu me senti orgulhosa de ter feito parte desse processo.”
Assista ao trailer de “La Patota”: