18.AGO.14 | A edt. se orgulha de ver seus associados recebendo prêmios em festivais. Desta vez o parabéns vai para Tina Saphira e Mair Tavares, nosso sócio-benemérito que figuraram na premiação do Festival de Cinema de Gramado. Tina ganhou o prêmio de melhor montagem pelo filme “Infância”, de Domingos de Oliveira e Mair Tavares montou dois filmes premiados no festival: “Estrada 47” ganhou prêmio de melhor filme e “Os segredos dos diamantes” recebeu do Juri popular o prêmio de melhor filme.
Tina Saphira nos contou como foi o processo de montagem do longa “Infância”:
Infância, o filme, partiu de um dos antigos textos para teatro do Domingos Oliveira, “Do Fundo do Lago escuro”, baseado em passagens que marcaram a sua infância, É uma comédia-dramática, autobiográfica, que revela em um dia o processo de uma família burguesa carioca dos anos 50, chefiada pela matriarca Dona Mocinha. Já teve duas montagens para teatro, uma nos anos 80, com Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, e mais recente com o próprio Domingos fazendo o papel de Dona Mocinha, sua avó. Ano passado então ele conseguiu transformar a peça em filme, e convidou Fernanda Montenegro para fazer agora a Dona Mocinha.
Domingos é um artista compulsivo e nada formal, filma com poucos recursos e muita paixão, faz muitas coisas ao mesmo tempo, gosta de mostrar o filme para as pessoas que o cercam, e com esse texto do qual ele já era tão íntimo não ia ser diferente. Montamos rápido, na verdade em 04 semanas. Não sei se por ser um texto que veio do teatro, mas o que mais mudou no processo de montagem foi justamente o início e o final do filme, as poucas cenas que não se passam no único dia que narra a maior parte da história, que é a estrutura da peça; tudo se passa em um único dia, e em um único espaço, o casarão da família. Rápido mas intenso, porque o Domingos já sabia muito do filme e não estava querendo esperar aquele trabalho calmo, laborioso de ilha de edição, mas gosta de montar e está sempre pensando no filme. Dois obsessivos juntos, pense! Então depois dessa fase, levei mais um tempo sozinha para buscar mais ritmo, fazer umas propostas e refinamento nos cortes até batermos martelo de um corte dito final. À esta altura o Domingos já estava preocupado com outra peça, sua biografia, alguma festa, outro filme, e totalmente focado no filme também, e claro que ainda mexemos mais um pouco um mês depois. Eu acho que todo filme merece dormir um pouco, se possível, antes de finalizar. Mas acabamos mexendo mais um pouquinho, mesmo com o filme já quase todo finalizado.