10.SET.15 | Abre nesta quinta feira, dia 10 de setembro, a Mostra Cinema de Montagem no Caixa Belas Artes em São Paulo. A programação em São Paulo vai até o dia 23 de setembro e no Rio do 06 ao 23 de outubro.
Para entender melhor a mostra, seguem algumas palavras da curadoria:
“A mostra pretende aprofundar e evidenciar o trabalho de criação na ilha de montagem, seja o realizado de forma solitária (apenas o diretor) ou o em colaboração estreita (diretor – montador).
Para tal, foram elaboradas duas propostas distintas. Uma circunscrita a um país – 15 montadores brasileiros escrevem sobre a sua experiência e/ou perspectiva da montagem e do cinema. Outra abrangente – 21 filmes independentes de ano, proveniência, gênero ou duração.
Numa mostra desse porte, em que a esfera de possibilidades parece infinita, foram delineados critérios demarcados, tendo em vista a composição de um painel de obras que tenha a montagem – seu trabalho e conceito – visível, de forma transformadora e recriadora. Critérios demarcados, mas inequivocamente subjetivos, pois proveem de três curadores imbuídos no seu gosto particular e com uma carga referencial díspar.
Nos filmes agendados para exibição é possível deparar-se com vários estilos de abordagem do material bruto (importância histórica ou origem) e de montagem, com uma seleção concentrada nos objetos em si, na relevância que supomos terem em termos de contribuição artística e técnica.
A mostra abre com Limite, um filme brasileiro que a partir de quase nada inventa quase tudo. Afoito às convenções narrativas, a sua nervura encontra na montagem o eco de uma visão impressionista, propondo uma viagem perceptiva e imagética. A sua apresentação será acompanhada por música ao vivo, composta especificamente para o evento, num ato único e performático.
Ao analisarmos as obras que integram o corpo da mostra, é evidente o número de trabalhos que têm como seu centro a capacidade de invenção e/ou experimentação (Kurutta ippêji; Je t’aime, je t’aime; Spalovač mrtvol; O som ou tratado de harmonia; The Kiss; 71 Fragmente einer Chronologie des Zufalls; Histoire(s) du cinéma; O signo do caos; O dedo; Conference), ou a quantidade de trabalhos que emerge de material de arquivo (Le fond de l’air est rouge; The Kiss; Histoire(s) du cinéma; Gefängnisbilder; Kristall; Film ist; Conference), ou a quantidade de trabalhos que têm na força braçal da montagem e na perseverança do visionamento a sua matriz (Октябрь; Duel; Edvard Munch; Grey Gardens; Le fond de l’air est rouge; Histoire(s) du cinéma; Gefängnisbilder; Où gît votre sourire enfoui?; Kristall; Film ist; Conference).
Estas linhas gerais correspondem a um interesse particular de montagem, a algumas possibilidades de trabalho sobre a imagem e o som, sendo a sua apresentação mais um passo para a reflexão e discussão deste lugar fundamental que é a ilha e sua cabeça.
Deixamos um agradecimento especial a todos os amigos que indicaram filmes e aos montadores que tão generosamente contribuíram com as suas impressões escritas.”
Confira a programacão no site: www.cinemademontagem.com.br