Academia Brasileira de Cinema premia Marília Moraes por “Elena”

29.AGO.14 | “Elena”, de Petra Costa, recebeu o trofeu Oscarito de melhor longa-metragem documentário na cerimônia do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, ocorrido na última terça no Teatro Municipal carioca. O filme também foi premiado na categoria melhor montagem de documentário, assinada pela associada da edt., Marília Moraes, e por Tina Baz.

Sobre o trabalho, Marília nos contou com exclusividade:

“Foi um processo bem diferenciado e desafiador. A natureza da história era pesada, o drama era real, a diretora era uma das personagens e o material foi sendo descoberto e também filmado ao longo do processo de montagem. A ilha de edição esteve presente em todo o tempo em que o filme foi feito. As decisões estruturais, os pesos dos personagens, a procura pelo tom certo da voz off que narra o filme, a confecção dos textos, e todo o corpo do filme foi se formando na ilha. Havia a colaboração de uma roteirista e escolhemos contar a história em um formato ficcional, apesar de estarmos tratando de um documentário.  O envolvimento era grande, mas não podia ultrapassar a minha função de montadora. Por ser um filme extremamente íntimo e pessoal, o meu olhar tinha que estar ainda mais atento e no lugar do espectador. Essas nuances que guiavam a escolha do que interessava realmente ser mostrado ou abordado e a maneira em que os pensamentos e sentimentos da Petra se transformavam em cenas dentro do filme foi sem dúvida o maior desafio. Era necessário lidar com os extremos, falar da morte com delicadeza e dar o peso certo a cada situação para que a história pessoal fosse transformada em um drama universal, algo com que qualquer pessoa pudesse em algum momento se identificar.  Foi um trabalho longo, que me proporcionou muitos aprendizados e é emocionante ver como o público abraçou o filme e se sente verdadeiramente tocado por esse drama”.

A melhor montagem para longa de ficção foi para Márcio Hashimoto, por “Faroeste Caboclo”. O filme de René Sampaio recebeu a maior parte do prêmios da noite.

O júri do Grande Prêmio é composto pelos sócios da Academia Brasileira de Cinema. A entidade é atualmente formada por mais de duzentos profissionais da área cinematográfica nacional.

Confira a lista completa dos premiados:

MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO

Faroeste Caboclo

MELHOR DOCUMENTÁRIO

A Luz do Tom

MELHOR COMÉDIA

Cine Holiúdy

MELHOR FILME INFANTIL

Meu Pé de Laranja Lima

MELHOR ANIMAÇÃO

Uma História de Amor e Fúria

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Django Livre (Estados Unidos)

MELHOR DIREÇÃO

Bruno Barreto (Flores Raras)

MELHOR ATOR

Fabrício Boliveira (Faroeste Caboclo)

MELHOR ATRIZ

Glória Pires (Flores Raras)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Wagner Moura (Serra Pelada)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Bianca Comparato (Somos Tão Jovens)

MELHOR FOTOGRAFIA

Gustavo Hadba (Faroeste Caboclo)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

José Joaquim Salles (Flores Raras)

MELHOR FIGURINO

Marcelo Pies (Flores Raras)

MELHOR MAQUIAGEM

Siva Rama Terra (Serra Pelada)

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Uma História de Amor e Fúria

Serra Pelada

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Kléber Mendonça Filho (O Som ao Redor)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Marcos Bernstein e Victor Atherino (Faroeste Caboclo)

MELHOR MONTAGEM – FICÇÃO

Márcio Hashimoto (Faroeste Caboclo)

MELHOR MONTAGEM – DOCUMENTÁRIO

Marília Moraes e Tina Baz (Elena)

MELHOR SOM

Leandro Lima, Mirian Biderman, Ricardo Chuí e Paulo Gama (Faroeste Caboclo)

MELHOR TRILHA SONORA

Paulo Jobim (A Luz do Tom)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

Phillipe Seabra (Faroeste Caboclo)

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

Flerte, de Hsu Chien

MELHOR CURTA-METRAGEM DE DOCUMENTÁRIO

A Guerra dos Gibis, de Thiago Brandimarte Mendonça

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

O Menino que Sabia Voar, de Douglas Alves Ferreira